Daron Malakian sobre novo álbum do SOAD: “não sei se quero isso agora”

Daron Malakian recentemente participou do podcast Tetragrammaton, de Rick Rubin, onde discutiu diversos aspectos de sua carreira musical, incluindo sua trajetória com o System of a Down e suas perspectivas sobre o futuro da banda. A entrevista trouxe reflexões interessantes, confira os principais tópicos!
A brevidade da carreira ativa do SOAD
Daron comentou sobre o fato de o System of a Down ter lançado apenas 5 álbuns em um período de sete anos, um tempo curtíssimo para uma banda que teve um grande impacto. Durante a entrevista, Rick Rubin compara esse “saldo” com o dos Beatles, que lançaram 13 discos no mesmo período de tempo.
Sobre isso, Daron diz que não tem arrependimentos, mas que gostaria de ter visto até onde a banda poderia ter evoluído se tivessem continuado lançando músicas. Apesar do grande impacto do SOAD em um período relativamente curto, a banda poderia ter ido além.
Quer dizer, olha, estou orgulhoso dos discos, como eu disse, não vivo com nenhum arrependimento ou algo assim, mas teria sido legal ver onde a banda teria evoluído se continuássemos lançando músicas. Se lançássemos um álbum agora, está tão longe de quando fizemos isso que não continua a história.
Um novo álbum do SOAD seria possível?
Muitos fãs ainda sonham, e cobram a banda pelo lançamento de um novo álbum, apesar disso, Daron deixou muito claro que ele mesmo já não sente mais essa necessidade. Muito tempo se passou, os membros mudaram, a relação entre eles mudou, e lançar um novo álbum do System of a Down não seria uma continuação da história da banda.
Ele até confessou que, há um tempo atrás, queria lançar algo novo com a banda, mas essa vontade simplesmente não existe mais. Em sua fala:
Houve um tempo em que isso pode ter sido algo que eu queria, não tenho certeza do quanto eu quero isso agora. Com certeza as pessoas não ficarão muito felizes em ouvir isso de mim, mas sim, eu não estou no mesmo lugar onde eu estava talvez 10 anos atrás
Essa não é a notícia que nós fãs queríamos ver. Ele não fechou a porta completamente para essa possibilidade, mas deixou bem claro que, pelo menos por agora, não rola motivação pra isso.
Apesar da entrevista dada pelo Shavo Odadjian ao programa “Trunk Nation With Eddie Trunk” onde ele fala que os membros estão animados para as turnês com a banda, Daron jogou um balde de água fria em quem esperava por um novo álbum do SOAD.
Músicas não lançadas
Durante os anos de atividade intensa da banda, eles fizeram muitas músicas, e várias delas acabaram ficando de fora dos álbuns. No entanto, Daron afirmou que não vê essas músicas como tão boas quanto as que foram lançadas. Ele até cogita revisitar esse material um dia, mas, sinceramente, não parece muito animado com essa ideia.
O que Daron tem feito com a música?
Hoje em dia, ele compõe no seu próprio tempo, sem pressão de gravadora ou cobrança dos fãs. Já lançou dois álbuns com o Scars on Broadway e tem um monte de músicas inéditas guardadas. No passado, ele ainda segurava algumas composições pensando “vai que rola um retorno do SOAD”, mas agora já tem certeza de que essas músicas vão acabar indo pro Scars mesmo.
SOAD x Scars: como são os shows?
Rick perguntou a Daron a diferença entre tocar ao vivo com o Scars on Broadway e com o System of a Down, e sobre isso, Daron fala que existem diferenças especialmente pelo tamanho do sucesso de cada banda. Apesar do público menor, Daron tem se surpreendido com a recepção do público nos shows da sua banda Scars on Broadway:
É uma experiência totalmente diferente com o System. Quando tocamos, eu já sei o que esperar. A banda é grande. Você mesmo disse que veio ao nosso show e havia 60.000 pessoas lá, todo mundo cantando junto. Mas cara, eu acabei de fazer dois shows com o Scars há algumas semanas, e, quero dizer, havia pessoas cantando as músicas do Scars e indo lá por causa do Scars, e eu meio que esperava muito menos. Parece que há muitas pessoas que realmente gostam desses discos, gostam das minhas composições e comparecem aos shows, mesmo eu não promovendo muito a banda. Mas é diferente porque tem uma outra vibe, é como se você estivesse trabalhando para conquistar o público novamente.
Daron acredita que a sua identidade musical vai muito além da guitarra, e tem a ver com a forma como ele compõe e põe tudo junto em uma música. É como se suas composições tivessem a sua assinatura de alguma forma.
Daron ainda precisa do SOAD?
Ele sabe que o Scars on Broadway nunca vai ser tão grande quanto o System, mas está feliz com o que construiu. Além disso, ele curte a liberdade de criar do jeito que quiser, sem ter que negociar ou se limitar.
Me sinto muito livre como compositor para poder fazer o que quiser, e de alguma forma isso sempre acaba soando como eu, seja em uma música como “Lonely Day” ou em uma música como “B.Y.O.B.”. Também tenho muito orgulho do catálogo do Scars, sabe? Me sinto sortudo por ter esse espaço criativo, porque algumas pessoas têm apenas uma banda. Eu, por outro lado, tenho outra banda que parece ter um público que se importa e que vai aos shows. Então, me sinto muito afortunado com isso.
Ou seja, em termos de criação de novas músicas e continuidade na carreira musical, Daron não precisa do SOAD. Ele encontrou um caminho onde pode criar no seu ritmo e sem pressão, e isso parece estar funcionando muito bem pra ele.
Em termos de novas criações musicais, o SOAD é mais como um símbolo do passado do que um projeto ativo para o futuro. No entanto, como ele mesmo disse: “Nunca se sabe”.
Apesar disso, a turnê Sul Americana do SOAD está super de pé, com 4 shows confirmados no Brasil!
Confira abaixo o podcast inteiro, são 2h20 de entrevista e Daron fala sobre muitos temas relacionados a sua vida musical. Vale muito a pena para quem curte o cara!
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